VT_Tematica_Dermatologia_detail.jpg VT_Tematica_Dermatologia_detail.jpg
  • Tempo de leitura: 9 mins

    Conjuntivite canina: citologia córneo-conjuntival no diagnóstico

    Os sinais clínicos mais habituais da conjuntivite incluem: Semicerrar dos olhos ou pestanejar constante. Lacrimejar excessivo. Vermelhidão. Inchaço em redor dos olhos. Secreção dos olhos (aquosa, mucoide ou mucopurulenta)

    A conjuntivite pode afetar um ou ambos olhos. As causas mais comuns da conjuntivite são:

    • Infeções virais.
    • Transtornos imunitários: conjuntivite alérgica (atopia ou alergias sazonais), conjuntivite de células plasmáticas e pênfigo.
    • Tumores nas pálpebras e na conjuntiva.
    • Condições relacionadas com a raça (como epiescleritis nodular).
    • Deficiência da membrana lacrimal.
    • As anomalias da pálpebra: entrópio ou ectrópio.
    • Transtornos das pestanas: distiquíase e cílios ectópicos.
    • Os ductos nasolacrimais obstruídos.
    • Traumatismo no olho ou irritação devido a corpos estranhos ou a contaminantes ambientais.
    • Outros transtornos oculares: queratite ulcerosa, uveíte anterior ou glaucoma.

    Diagnóstico da conjuntivite canina

    Identificar a causa da inflamação conjuntival no cão será chave para um tratamento adequado. Deverá determinar-se se a conjuntivite é um problema primário ou secundário, se existem danos no olho e doença adicional, se afeta a esclera do olho e se a infeção é alérgica, viral ou bacteriana.

    Descarregue de forma gratuita → Relatório sobre o papel da dieta na dermatite  atópica canina. Inclui: tratamento nutricional para diminuir a resposta inflamatória,  hipersensibilidade, prurido..

    Para diferenciar estas condições, deverá realizar-se um exame oftalmológico completo e detalhado. Os métodos de laboratório mais habitualmente utilizados e clinicamente relevantes para a avaliação de amostras conjuntivais são: exame microscópico de preparações citológicascultura e testes de suscetibilidade, isolamento do vírus vivo, reação em cadeia da polimerase, exame de antígeno e exame histopatológico para biópsias de corte.

    Neste artículo centrar-nos-emos na citologia córneo-conjuntival como ajuda no diagnóstico.

    Citologia córneo-conjuntival como ajuda no diagnóstico da conjuntivite canina

    Com a realização da citologia pode-se chegar ao diagnóstico patológico de uma forma rápida e simples. Este exame deverá ser complementado com outras técnicas de diagnóstico laboratorial como culturas e identificação de germe, etc.

    Para a recolha da amostra não se aconselha a utilização de anestésicos locais, devido ao facto de conter produtos bacteriostáticos ou antisépticos que desvirtuam os resultados. Como procedimento, realiza-se uma eversão manual das pálpebras para evitar a contaminação com o mesmo. Pode empregar-se a face posterior de uma folha de bisturi, um hissopo esterilizado ou uma escova para citologia. Com o instrumento selecionado, esfrega-se suavemente o fórnix córneo-conjuntival entre a terceira pálpebra e a córnea, ou sobre a córnea.

    Uma vez obtida a amostra, extende-se sobre um slide de vidro e deixa-se secar ao ar. Após a extensão estar seca, fixa-se com álcool metílico a 5% durante 5 minutos, e posteriormente leva-se a cabo a coloração de Giemsa.

    De seguida, realiza-se a observação microscópica com objetivos de imersão (1000 aumentos). Faz-se um recorrido da zona, diferenciando as células ou elementos que mais saltam à vista.

    Uma raspagem conjuntival de um cão sem patologia conjuntival apresentará apenas células epiteliais e muco. A presença de organismos estranhos e/ou de células inflamatórias indica patologia. As células inflamatórias mais frequentes são: linfócitosmonócitos, células plasmáticas e neutrófilos.

    Nas conjuntivites de natureza viral predominam os linfócitos e os monócitos, nas conjuntivites bacterianas os neutrófilos, nas conjuntivites por clamídias (gatos) predominam os neutrófilos e observam-se inclusões intracitoplasmáticas basófilas e nas conjuntivites alérgicaspredominam os eosinófilos, os basófilos e os neutrófilos.

    Tratamento da conjuntivite canina

    Pode incluir medicamentos tópicos e orais, ou sistémicos. É comum a prescrição de pomadas e soluções tópicas de gentamicinatobramicinacloranfenicoloxitetraciclina, ciprofloxacina ou triplo antibiótico oftálmico. Nalguns casos também se administram medicamentos que contêm agentes anti-inflamatórios como a prednisolona oftálmica ou a dexametasona. Os cães com anormalidades de pálpebras ou pestanas requerem correção cirúrgica.

    Descarregue de forma gratuita o relatório sobre o papel da dieta no controlo da dermatite atópica canina

    guia fisiopatologia gastrointestinal