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    Costela fraturada: orientação nas radiografias torácicas

    Quando um animal sofre de um traumatismo torácico deve-se examinar de maneira concisa para evitar possíveis problemas internos mais graves. Algumas complicações potenciais das costelas fraturadas incluem:

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    •  Pneumotórax
    • Contusões pulmonares
    • Hemotórax
    • Parede torácica instável (tórax flutuante)

    É recomendável atrasar a realização de radiografias torácicas de animais afetados até que estejam estabilizados, mediante o tratamento de urgência. Os problemas que ameaçam a vida são abordados de imediato, de acordo com o seu nível de prioridade.

    Para detetar a fratura e possíveis lesões internas graves, examina-se o tórax de maneira concisa: inspeção, palpação, percussão, punção, scanografia e raios-X.

    Radiografias do tórax

    É um método de diagnóstico de alta eficácia, rápido e não invasivo na hora de avaliar todas as estruturas localizadas neste segmento. Para um bom diagnóstico deve considerar-se:

    • A técnica radiológica
    • Posição do animal
    • A fase de respiração
    • A raça do animal (por exemplo: os cães braquicefálicos tem um índice cardíaco vertebral maior).

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    A cavidade torácica e as suas estruturas tridimensionais. Para sua exploração, é requerido um mínimo de duas radiografias, incluindo as projeções: lateral direita, lateral esquerda, ventrodorsal e dorsoventral.

    Aplica-se uma alta quilovoltagem (kV) e uma baixa miliamperagem/seg (mA). A utilização de altos valores de kV, permitem aumentar ao máximo a escala de contrastes do tórax. Quando se radiografia este segmento, é inevitável o movimento originado pela inspiração-expiração do animal, por isso há uma perda do detalhe na imagem. Ao aplicar uma baixa miliamperagem/seg, reduz-se ao máximo o tempo de exposição.

    A interpretação radiográfica depende: 1) dos sinais das possíveis doenças 2) resultados do exame físico e 3) da patologia clínica. O veterinário deve conhecer certos parâmetros para uma análise correta da imagem radiográfica: posição, valores de disparo, técnicas de revelação, anatomia topográfica do tórax e mudanças na densidade radiológica. 

    Pode a mudança de orientação na radiografia torácica ajudar no diagnóstico da costela fraturada?

    Realizou-se um estudo (1) com 6 observadores independentes com três níveis de experiência para avaliar 120 radiografias de cães e gatos com um recente traumatismo torácico. A apresentação por PowerPoint das referidas radiografias foi, em ordem aleatória, em posições convencionais e não convencionais, em intervalos de 15 segundos.

    Durante a sequência de imagens observou-se que a sensibilidade para reconhecer as costelas fraturadas foi de 60% e uma especificidade de 80%, sendo mais alta nos observadores mais experientes. A precisão no diagnóstico foi mais claro nas radiografias dorsoventral/ventrodorsal, havia uma perda de sensibilidade nas radiografias laterais.

    A rotação das radiografias em 90 graus no sentido do ponteiro do relógio, ajudou os observadores mais novatos no exame do estado das costelas dos animais, pelo que se concluiu que a variação na orientação de uma radiografia pode ajudar na aprendizagem e interpretação para realizar um bom diagnóstico.

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    1. LAMB CR, PARRY AT, BAINES EA, CHANG YM. DOES CHANGING THE ORIENTATION OF A THORACIC RADIOGRAPH AID DIAGNOSIS OF RIB FRACTURES? VET RADIOL ULTRASOUND. 2011 JAN-FEB;52(1):75-8.