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    Ducto arterioso persistente em cães: oclusão per-catéter

    O ducto arterioso persistente em cães é um problema que pode vir acompanhado de sintomatologia associada ou, por outro lado, não apresentar manifestações clínicas.

    O ducto arterioso persistente em cães (patent ductus arteriosus - PDA) é um problema que pode vir acompanhado de sintomatologia associada (dispneia, apatia, intolerância à atividade, síncopes de repetição...) ou, por outro lado, não apresentar manifestações clínicas. Em ambos casos, o diagnóstico é inicialmente realizado através de auscultação cardíaca, onde se escuta um sopro contínuo de grau IV-V/VI, auscultado com mais intensidade em sístole na região caudal da escápula esquerda.

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    No cão, a correção cirúrgica por meio de toracotomia é uma opção de tratamento, ainda que nos últimos anos se tenha investigado sobre a abordagem através de cateterismo, um método menos invasivo utilizado na medicina humana. A PDA nos humanos difere em relação à dos cães na sua forma e no diâmetro mínimo do ducto, pelo que em relação ao uso de ferramentas cirúrgicas utilizadas em operações a humanos, surgiram vários problemas tais como a migração do dispositivo, dificuldades durante o procedimento e fluxo do ducto residual após a intervenção. Por isso, uma equipa veterinária elaborou, em conjunto com uma empresa de dispositivos biomédicos, um novo mecanismo, o "Amplatz Canine Duct Occluder" (ACDO), concebido especificamente para o ducto arterioso canino bem como um procedimento adaptado para a sua inserção.

    Realizou-se um estudo com o objetivo de avaliar a correta aplicação do catéter em cães de diferentes pesos e somatótipos, e investigar a eficiência do protótipo ACDO para a oclusão do ducto arterioso persistente em ductos variáveis na forma e tamanho.

    ducto arterioso persistente em cães

    No estudo incluíram-se 18 cães submetidos à intervenção para ocluir o PDA per-catéter (através da artéria aorta ou femural). A idade e o peso dos cães foi de 5 a 104 meses, e de 3,8 a 32,3 kg, respectivamente. O diâmetro mínimo do ducto variou de 1,1 a 6,9 mm (com uma média de 3,7 mm) e as morfologias ductais foram do tipo IIA, IIB e III. O diagnóstico confirmou-se em todos os casos através da realização de angiografia, exploração física, radiografia torácica, eletrocardiograma e ecografia transtorácica. Foram realizadas ecografias no dia posterior, 3 meses e um ano após a intervenção, por forma a avaliar a presença de fluxo ductal. Confirmou-se a oclusão completa em 17 dos 18 cães operados nas duas primeiras ecografias, e em 12 dos 13 cães reavaliados ao fim de um ano.

    Descreveram-se duas complicações intra-operatórias ocorridas em cães diferentes: no primeiro caso, o tamanho do dispositivo selecionado possuía um fator de sobre-dimensão de 3,1; o ACDO foi incapaz de se expandir completamente ao separar-se e avançou através do óstio pulmonar até à artéria pulmonar principal, onde foi recapturado. Conseguiu-se desprender um ACDO mais pequeno sem complicações.

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    Este incidente demonstrou que o uso de um dispositivo excessivamente grande pode estar associado a uma menor estabilidade na hora de atravessar o óstio pulmonar do ducto arterioso persistente. No segundo caso, o dispositivo migrou, pelo que foi necessário realizar uma segunda intervenção corretora (o cão em questão apresentava um diâmetro mínimo ductal de 6,8mm). A escolha do tamanho do ACDO deverá basear-se no diâmetro mínimo ductal do paciente, devendo escolher-se o dispositivo cuja circunferência seja aproximadamente 2 vezes maior que este. No estudo, os fatores de sobre-dimensão variaram entre 1,5 e 2,7 (média de 2,0).

    A aplicação do protótipo ACDO foi ótimo numa grande variedade de pesos, somatótipos e ductos arteriosos, que divergiam em relação à forma e tamanho. A posição e estabilidade do dispositivo é confirmada durante as diversas etapas do procedimento de aplicação, antes de se desprender do catéter-guia. O ACDO pode ser imediatamente recapturado no caso de o posicionamento inicial e a sua estabilidade não serem os desejados.

    guia fisiopatologia gastrointestinal