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    Filariose canina: efeito da doxiciclina e da ivermectina combinadas

    A filariose é uma doença parasitária causada por um verme denominado Dirofilaria immitis que se instala geralmente no coração e nos pulmões, causando uma infeção bastante grave.

    Filariose canina: introdução

    A filariose canina é a doença que dá nome à infeção causada pelo parasita Filaria nos cães, também denominada de doença do verme do coração. O seu contágio dá-se através da picada de um mosquito, que por sua vez já picou outro cão infetado com filariose.  

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    Sintomas

    Os sintomas que surgem na filariose canina são geralmente tardios, de modo que no momento do diagnóstico a infeção já se encontra amplamente instalada no organismo. Os sintomas variam muito, desde a tosse, dificuldades respiratórias e cansaço, até à perda de peso e hemorragias. Entre os sintomas habituais contam-se os seguintes:

    • Tosse ligeira e de progressão crónica
    • Taquipneia ou aumento da frequência respiratória
    • Apatia e fadiga
    • Anorexia
    • Intolerância ao exercício físico

    Diagnóstico

    No caso da dirofilariose não existem sinais patognomónicos e, dado que a doença pode progredir de forma assintomática, muitas das vezes a infeção é diagnosticada após o falecimento do animal (post-mortem).  

    Além das análises clínicas, entre os métodos de diagnóstico que podemos usar encontram-se as radiografias (para observar as anormalidades do lado direito do coração, bem como as artérias pulmonares) e a ecocardiografia, especialmente recomendada no caso de suspeita de síndrome da veia cava. Em relação ao diagnóstico etiológico, o mesmo engloba a detecção de microfilárias e a sua identificação específica. De igual forma, usa-se este método no caso de os exames de detecção imunitária serem negativos (antigénicos, principalmente).  

    Tratamento da filariose em cães

    É importante sublinhar que é muito mais fácil prevenir a filariose canina do que tratá-la. Atualmente, os fármacos disponíveis estão direcionados para eliminar as formas imaturas (microfilárias) que podem ter entrado na corrente sanguínea do cão, evitando o seu desenvolvimento e multiplicação, bem como a sua chegada ao coração. Ainda não existe nenhum medicamento eficaz contra os estádios adultos do parasita e contra a fase larvar do mesmo, pelo que se torna necessário um tratamento sequencial com recurso a vários fármacos (adulticida e microfilaricida).

    Por outro lado, os fármacos adulticidas são hepatotóxicos e nefrotóxicos, sendo necessário conhecer-se a fundo a funcionalidade destes medicamentos antes de os administrar. A combinação de doxiciclina e ivermectina é adulticida nos cães com D. immitis. Esta conclusão provém de um estudo que avaliou o efeito da combinação de doxiciclina (10 mg/kg/sid durante 30 dias) e de ivermectina pirantel (6 mg/kg até 14 mg/kg a cada 15 dias, durante 180 dias) na filariose canina e, mais especificamente, na microfilaremia e na antigenemia.

    O estudo também analisou a carga parasitária por meio de ecocardiografia em cães afetados de forma natural, e provenientes de uma região endémica de Itália. Verificou-se que a percentagem de cães que passavam para negativos em relação às microfilárias circulantes, aos antigénios e à visualização de parasitas na ecocardiografia, era muito elevada e que, além do mais, o tratamento era muito bem tolerado por todos os animais.  

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