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    Interpretar análises ao sangue em animais de companhia.

    Os parâmetros bioquímicos, que conseguimos obter a partir das análises, dão-nos uma ideia da saúde dos órgãos principais dos animais. As funções do fígado e dos rins são particularmente importantes, visto serem estes os órgãos que processam e eliminam substâncias do corpo, e, por isso, incluem-se sempre em qualquer análise básica.

    Os valores normais variam entre animais, inclusive dentro da mesma raça, espécie e idade. Portanto, é particularmente importante analisar os resultados analíticos num contexto específico, já que os valores de determinados parâmetros normais num animal podem ser totalmente patológicos noutro. Os valores estudados numa análise variam dependendo da suspeita de diagnóstico. No entanto, incluem sempre alguns valores denominados básicos devido à sua grande importância.

    O que inclui uma análise básica?

    Uma análise básica inclui sempre um hemograma e uma bioquímica sanguínea básica:

    1-Hemograma: análise sanguínea na qual se faz uma contagem dos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, se analisa a sua forma e tamanho e a quantidade de hemoglobina.

    2-Bioquímica sanguínea: estuda a concentração de diferentes substâncias químicas dissolvidas no sangue do animal. Informa-nos sobre o metabolismo do animal e o funcionamento de determinados órgãos como o fígado ou o rim.

    Descubra

    O que podemos averiguar com estes parâmetros e quais são as alterações mais frequentes?

    1-        Função hepática: Numa análise medem-se as proteínas produzidas pelo fígado, como a albumina, que nos dá informações sobre a capacidade de síntese do fígado. A diminuição da mesma deve-se a doenças hepáticas ou a défices de ingestão que levem a uma diminuição da ingestão de proteínas. Além da albumina, medem-se também a AST e a ALT, que são enzimas que se encontram dentro dos hepatócitos e, portanto, o seu aumento reflete uma lesão dos mesmos, como nas hepatites agudas. Outras enzimas medidas são a fosfatase alcalina e a GGT, que costumam estar elevadas em processos biliares.

    2-        Função renal: Mede-se a ureia, que é um produto sintetizado no fígado e excretado pelo rim. Um aumento desta reflete uma má função da depuração renal, ao passo que uma redução indica sarcopenia ou uma má síntese hepática. Além da ureia, mede-se a creatinina, que é um subproduto do metabolismo muscular e é excretada pelos rins. Os níveis elevados podem indicar doenças renais ou obstrução urinária.

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    3- Hemograma: No hemograma, encontra-se a contagem sanguínea completa, que inclui a contagem de glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas, assim como a concentração de hemoglobina. Uma diminuição da hemoglobina indica anemia e, dependendo do contexto do doente, a mesma pode ter várias etiologias (défices carenciais, perdas digestivas). Um aumento da hemoglobina pode estar associado a várias doenças crónicas, como doenças respiratórias ou sanguíneas. Um aumento dos glóbulos brancos está associado a infeções ou neoplasias, tal como uma redução dos mesmos. Um exemplo disto é a leishmaniose. O aumento das plaquetas pode ser consequência de uma neoplasia hematológica ou de um processo reativo. Os mesmos também podem causar a sua redução.

    4-Eletrólitos: Medem-se o sódio, o potássio e o cloro. Níveis diminuídos de potássio podem indicar uma falta de ingestão ou a perda do mesmo pelo rim ou pelo trato digestivo. Níveis elevados de sódio podem estar associados a uma falta de ingestão de água, tal como os níveis diminuídos de sódio podem ser por consumo excessivo de água, determinadas patologias (secreção inadequada de ADH, doenças cardíacas e renais) ou fármacos.

    Portanto, as análises permitem orientar o diagnóstico, que deve também considerar a anamnese e o exame físico

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