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    Parvovirose canina: tratamento e prognóstico

    O parvovírus canino é um vírus que surgiu no final dos anos 70, e que possui um tropismo especial pelas células intestinais e pela medula óssea, originando um quadro clínico característico. Estes sintomas deverão ser tratados de forma precoce, caso contrário a doença apresenta um mau prognóstico.

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    Parvovirose canina: o que é?

    A parvovirose canina é causada por um vírus denominado parvovírus canino, que possui especial tropismo pelas células com ciclos de divisão rápida e que provoca, principalmente, a necrose das células intestinais e da medula óssea. A transmissão dá-se por via oral e o vírus é resistente ao meio ambiente. Apresenta um período de incubação de aproximadamente 5 dias. O vírus afeta principalmente os cães jovens com idades a partir das 6 semanas de vida, período no qual os cachorros perdem a imunidade materna. Deste modo, a parvovirose canina é pouco frequente nos animais adultos porque os mesmos já se encontram imunizados por vacinações ou devido ao facto de já terem padecido infeções subclínicas.  

    Sintomi

    O parvovírus canino origina um quadro clínico de gastroenterite aguda com anorexia, depressão, vómitos, seguidos de diarreia abundante e hemorrágica e de desidratação, febre e hipotermia. Nos casos mais graves pode ocorrer icterícia e coagulação intravascular disseminada (CID), com a presença de choque endotóxico e/ou hipovolémico.  

    Na maioria dos casos existe leucopenia acentuada (500-2000 leucócitos/mcl) e valores de hematócrito normais ou diminuídos. Frequentemente surgem acumulações de ar no intestino devido ao íleo paralítico, que podem ser confundidas com uma obstrução intestinal.  

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    Parvovirose canina: Tratamento

    Deverá efetuar-se uma abordagem que evite a desidratação e as complicações, tais como o choque. O uso de terapia antibiótica é também aconselhado para o tratamento da parvovirose canina. De seguida explicamos-lhe o tratamento indicado:

    • Fluidoterapia: Utilizar Ringer-Lactato suplementado com KCl, sendo que é possível adicionar dextrose se existir hipoglicemia por sepse.
    • Terapia antibiótica para controlar a sepse; amoxicilina e cefalosporinas de 1ª geração para a leucopenia.
    • Usar fármacos antieméticos como a metoclopramida em infusão contínua ou em doses de comprimidos; antissecretores anti-H2 como a cimetidina ou a ranitidina.
    • Transfusão sanguínea se existir hipoproteinemia ou hipovolemia graves
    • Jejum absoluto até 24 horas sem vómitos e sem fezes hemorrágicas. Isto sucede normalmente aos 3-5 dias; dieta suave em doses pequenas.

    As complicações mais frequentes são a sepse, endotoxemia e CID, como já referimos anteriormente. Em relação à prevenção da parvovirose canina, é realizada através de vacinas. No entanto, é difícil saber o momento ideal para administrar a vacina, devido ao período de suscetibilidade. Isto é, existe um período crítico durante as duas primeiras semanas após as 6 semanas de vida, durante as quais o cachorro possui suficiente imunidade materna para inibir a ação das vacinas, mas insuficiente para se proteger da infeção.

    Prognóstico da parvovirose canina

    Com um tratamento precoce e uma boa monitorização, o prognóstico torna-se excelente numa doença que, nos anos 80, causava muitas mortes entre os cachorros.

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