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    Rinotraqueíte felina: 3 anos de imunidade pós-vacinação

    A rinotraqueíte felina constitui uma doença infecciosa de origem vírica, a qual afeta as vias aéreas superiores dos pequenos felinos. Trata-se de uma doença cuja progressão costuma ser aguda e, nos gatos adequadamente nutridos e com um bom estado de saúde, com um bom prognóstico.

    A rinotraqueíte felina constitui uma doença infecciosa de origem vírica, a qual afeta as vias aéreas superiores dos pequenos felinos. Trata-se de uma doença cuja progressão costuma ser aguda e, nos gatos adequadamente nutridos e com um bom estado de saúde, com um bom prognóstico.

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    Dado que pode ser causada por mais do que um vírus, o papel da vacinação ainda se encontra por definir, pelo que analisámos um estudo que pretende averiguar a sua eficácia nesta doença.

    O que é a rinotraqueíte infecciosa felina?

    A rinotraqueíte infecciosa felina surge através do contacto direto entre os gatos por gotas aérease é causada pelo herpesvírus e/ou pelo calicivírus felino. A sintomatologia apresenta um curso agudo na maioria dos pequenos felinos, e não se repete.

    No entanto, dado que o herpesvírus se encontra (após superada a doença aguda) de forma latente no organismo, em alguns gatos adquire um percurso crónico com reativações em situações de stress como as cirurgias, ou quando padecem de alguma outra doença ou em situação de subnutrição, pelo que a alimentação adequada é importante para a sua saúde.

    Medidas de prevenção da rinotraqueíte infecciosa felina

    A apresentação clínica da doença caracteriza-se por conjuntivitehipersalivação e tosse. É necessário relembrar que não existe um tratamento específico para a doença, pelo que se realiza apenas um controlo dos sintomas. É por essa razão que a vacinação adquire um papel importantíssimo na doença1. Por isso, seguidamente iremos analisar a sua eficácia num estudo realizado nos Estados Unidos no ano de 2006.

    Nele, foram incluídos 42 gatos diagnosticados como seronegativos para calicivírus e para os herpesvírus que causam a rinotraqueíte felina, e realizou-se o seguinte esquema de vacinação:

    • Efetuou-se uma vacinação inicial a todos os gatos, sendo que todos eles tinham 8 semanas de idade.
    • Às 12 semanas de idade, realizou-se um booster da vacina.
    • Posteriormente ao segundo booster, os gatos foram mantidos no isolamento estrito durante tres anos.

    Ao atingir os três anos de acompanhamento, realizou-se um exame de contacto com os vírus de forma separada (calicivírus e herpesvírus) e analisaram-se os resultados clínicos dos gatos que tinham sido mantidos no isolamento durante 3 anos e que se tinham vacinado, com o resultado do contacto de outros gatos que não haviam recebido as vacinas, e que perfaziam o grupo controlo.

    Os resultados do estudo evidenciaram de forma estatisticamente relevante que o grupo de gatos vacinados apresentavam menos sinais clínicos associados à rinotraqueíte felina. Além disso, o grupo de gatos vacinados apresentaram uma menor taxa de úlceras orais associadas à rinotraqueíte felina e, também, nenhum dos felinos vacinados manifestou doença grave ao adquirir a doença.

    Portanto, a vacinação revelou-se uma medida eficazdoençadoençadoença de proteção perante a rinotraqueíte felina, sobretudo na proteção frente à doença grave e da sintomatologia mais incómoda (úlceras orais). É por essa razão que nos gatos com 8 semanas de idade ou maiores, podemos afirmar que a vacinação os protegeu por um mínimo de 3 anos, pelo que o seu uso é recomendado.

    1. JAS D, AEBERLÉ C, LACOMBE V, GUIOT A, POULET H. ONSET OF IMMUNITY IN KITTENS AFTER VACCINATION WITH A NON-ADJUVANTED VACCINE AGAINST FELINE PANLEUCOPENIA, FELINE CALICIVIRUS AND FELINE HERPESVIRUS. THE VETERINARY JOURNAL. 2009; 182(1): 86-93.

     

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