VT_Tematica_Medicina interna_detail.jpg VT_Tematica_Medicina interna_detail.jpg
  • Tempo de leitura: 5 mins

    Sintomas da leishmaniose em cães. Uma breve revisão

    Os cães afetados com leishmaniose apresentam um quadro clínico muito variável devido a que afeta um grande número de órgãos e sistemas.

    Amplie seus conhecimentos sobre os sintomas da leishmaniose em cães DESCARREGUE GRATIS ou Research Report

    Introdução

    A característica mais importante é o seu extraordinário polimorfismo clínico com sintomas de leishmaniose em cães muito variados e é por isso que devemos inclui-la na maioria dos diagnósticos diferenciais. Alguns cães com leishmaniose podem permanecer sem sintomas durante períodos de tempo variáveis, de acordo com o seu sistema imunitário.

    Como os sinais clínicos da leishmaniose nos cães não são patognomónicos, uma boa avaliação da revisão, da anamnese e do exame físico é muito importante para confirmar a relação direta entre a infeção por Leishmaniose e a situação clínica do cão. Em Espanha, as regiões mais afetadas pela leishmaniose em cães são aquelas que pertencem à bacia mediterrânea, sendo que o seu período de maior atividade e multiplicação se dá nos meses entre o final da primavera e o final do outono. Afeta todas as raças de cães, embora alguns como o pastor alemão ou o boxer parecem ser mais suscetíveis.  

    Além disso, a leishmaniose canina tem uma distribuição bimodal, com pico de cães afetados com menos de 3 anos e um segundo pico entre 8 e 10 anos de idade.  

    Amplie seus conhecimentos sobre os sintomas da leishmaniose em cães DESCARREGUE GRATIS ou Research Report

    Sintomas leishmaniose em cães

    Entre os sinais clínicos da leishmaniose nos cães encontramos:

    • Gerais: Estado nutritivo deficiente até à caquexia, atrofia muscular, letargia, mucosas pálidas, epistaxe, linfadenomegalia, hepatoesplenomegalia, coxear ou inflamação articular, febre.
    • Cutâneos ou mucocutâneos:
    • Alopecia: presença de uma camada de pelo fino, seco, sem brilho e quebradiço. Irá surgir perda de pelo nas orelhas e em volta dos olhos.
    • Dermatose esfoliativa (localizada ou geral)
    • Dermatite ulcerativa (uniões mucocutâneas, verrugas ou calos de apoio) dermatite papular, dermatite nodular, lesão no focinho (semelhante ao pênfigo-lúpus). Produzem-se nódulos intradérmicos ou úlceras, que geralmente se desenvolvem na superfície da pele.
    • Onicopatias: unhas anormalmente compridas ou frágeis.
    • Hiperqueratose nasodigital: a descoberta mais visível é a excessiva descamação epidérmica com engrossamento, despigmentação (perda de cor da pele), e as feridas no focinho e nas almofadas das patas.
    • A vasculite produzida pelo parasita origina um fenómeno visível de necrose na ponta das orelhas.
    • Oculares: lesões nas pálpebras, lesões conjuntivais difusas ou nodulares, lesões na córnea (ceratite nodular, ceratoconjuntivite ou ceratite seca), lesões da esclerótica (episclerite ou escleratite difusa ou nodular), uveíte anterior difusa ou granulomatosa, uveíte posterior (coriorretinite, hemorragia ou descolamento retina), glaucoma, pan-oftalmia, lesões da orbita (granulomas ou miosite). Estas lesões que podem levar a um glaucoma ou à pan-oftalmia, podem por consequência levar à cegueira.

    Sintomas leishmaniose em cães

    Outros:

    • Renais: a glomerulonefrite é a alteração renal mais frequente. Nos cães manifesta-se com proteinúria que pode evoluir para um síndrome nefrótico e em algumas ocasiões acabar numa insuficiência renal
    • Gastrointestinais: os sinais clínicos digestivos clássicos são a diarreia com ou sem melena e os vómitos, ambos relacionados com a colite, com a duodenite ou ainda podem ser efeitos secundários dos problemas renais. A hepatite crónica observa-se de forma ocasional. A epistaxe, presente em aproximadamente 10 % dos casos, é um dos sinais clínicos mais difíceis de explicar, já que no seu patogénese misturam-se a vasculite, a trombocitopenia, as coagulopatias, a hiperviscosidade e a inflamação ulcerativa da mucosa nasal
    • Neurológicos

    Os sinais clínico mais frequente são cutâneos, que aparecem em aproximadamente 80 % dos cães doentes, seguidos da linfadenopatia e dos sintomas gerais (febre, apatia, emagrecimento e atrofia muscular).

    AFF - TOFU - Guía GI Parte1 - POST