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    Ténia em Gatos

    As ténias, também conhecidas como cestodes, são parasitas intestinais que podem afetar o gato e outros mamíferos. Este parasita do gato apresenta-se como um verme liso e segmentado de cor esbranquiçada que se nutre dos alimentos que o seu hospedeiro ingere.

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    Partes da ténia

    • Escólex: (a cabeça) é o órgão de fixação. Apresenta ganchos ou ventosas (dependendo da espécie) que lhe permitem aderir-se às paredes intestinais.
    • Pescoço: porção germinal a partir da qual se desenvolve o estróbilo ou a cadeia de proglótides (cada um dos segmentos que a formam).
    • Estróbilo: corpo do parasita que inclui o conjunto de proglótides.

    As proglótides mais próximas do pescoço são imaturas e, à medida que se afastam, apresentam uma maturação progressiva. Cada segmento do verme tem ambos os aparelhos reprodutores, com órgãos femininos e masculinos, pelo que são hermafroditas.  Não têm aparelho digestivo e alimentam-se absorvendo os nutrientes do seu hospedeiro.

    Tipos de ténias

    Há vários tipos, mas as mais frequentes são:

    • Taenia Solium: proveniente da carne de porco. É a responsável pelas infeções conhecidas como teníase (por ingestão de carne crua com larvas enquistadas) e cisticercose (por ingestão dos ovos).
    • Taenia Saginata: proveniente da carne de vaca. A transmissão dá-se através do consumo de carne contaminada crua ou mal cozinhada. Reside no intestino delgado do hospedeiro.
    • Diphyllobothrium latum (ténia do peixe): costuma encontrar-se maioritariamente em peixes mal cozinhados na forma de pequenas larvas.

    Ténias mais comuns no gato:

    • Taenia taeniaeformis: o seu hospedeiro intermédio é o roedor. Ao caçá-los, o gato fica contagiado com o parasita que transportam.
    • Dipylidium caninum: transmite-se através das pulgas quando são ingeridas durante a higiene ou catação.

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    Ciclo de vida e transmissão da ténia

    A ténia requer dois hospedeiros para completar o seu ciclo de vida. Há um primeiro hóspede intermédio (por exemplo: pulga ou roedor) onde se dá a fase larval e há um hospedeiro final (o gato) onde a larva se torna numa ténia adulta.

    Quando o parasita atinge a maturidade, às 2-3 semanas, as proglótides terminais (com grandes quantidades de ovos) rasgam a extremidade da ténia e abandonam o corpo do gato pelas fezes ou arrastando-se através do ânus. Chegando ao exterior, os segmentos desintegram-se e libertam os ovos no meio ambiente, sendo estes ingeridos pelas pulgas ou roedores. Vejamos o processo do primeiro caso:

    A larva de pulga come os ovos e estes eclodem dentro dela, atravessam a parede intestinal e desenvolvem-se em cisticercoides. A pulga já adulta contamina a pelagem do gato e este, durante a sua higiene, ingere-a acidentalmente. Uma vez no estômago do gato, a pulga decompõe-se e liberta o cisticercoide, que se agarra ao revestimento do intestino delgado do animal.  E repete-se novamente o ciclo.

    Sinais clínicos da ténia no gato

    Geralmente, estes parasitas do gato não causam sintomas ou apenas com comichão e irritação anal, pelo que o gato tenderá a arrastar os quartos traseiros e a lamber ou morder a zona, podendo por vezes ver-se fragmentos da ténia nessa zona, assim como nas fezes. Em alguns casos, o animal pode ter quadros depressivos, irritabilidade e pelagem sem brilho.

    Se a quantidade de vermes for elevada, pode causar problemas muito graves, como a obstrução e inflamação intestinal e distúrbios metabólicos. Nestes casos, podem ocorrer vómitos, diarreias, dor abdominal, obstipação, falta de apetite ou subnutrição.

    Diagnóstico da ténia em gatos

    Deve ser realizado um exame físico completo ao gato. Poderão encontrar-se segmentos no saco anal ou nas fezes. Pode usar-se uma amostra fecal para confirmar o diagnóstico.

    Tratamento

    Deve ser considerada uma medicação antiparasitária eficaz e adequada contra os vermes lisos, normalmente por via oral na forma de comprimido. Se surgirem sintomas associados (vómitos, diarreia...), estes também terão de ser tratados.

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